quarta-feira, 20 de julho de 2011

Berlim decidiu parar com o processo de privatizaçao da gestão hídrica

Depois de Paris, que decidiu voltar a gerir a própria água não renovando o contracto com as multinacionais francesas Suez e Veolia, no dia 13 de fevereiro foi a vez de Berlim, que resolveu, para surpresa geral, parar com o processo de privatizaçao da gestão hídrica.

Convidados para votar os berlinenses decidiram pelo “sim” no referendo pelo anulamento da privatização parcial da sociedade de gestão dos serviços hídricos. Trata-se de uma vitória esmagadora: 98%, de um total de mais de 678 mil eleitores votaram por uma maior transparência dos contratos.

O referendo pedia a integral e imediata publicação do contrato com o qual em 1999 Berlim, para encher os cofres do Estado, vendeu 49,9% da empresa de gestão hídrica da cidade ((Berliner Wasserbetriebe)) à Rwe e Veolia. Segundo os defensores do referendo a partir daquele momento a conta da água na cidade teve um aumento de 35% e está entre as mais altas entre as cidades alemãs.

No mês de novembro de 2010,respondendo às reivindicações dos promotores do referendo a prefeitura de Berlim publicou cerca de 700 páginas do contrato de privatização parcial. Desses documentos emerge que a cidade garantiu altas margens de lucro à RWE e Veolia que, entre 1999 e 2009, ganharam mais do que Berlim, apesar da cidade deter 50,1% das ações da empresa de gestão hídrica.

Dorothea Härlin, da organização do referendo, sublinhou a importância internacional do sucesso do referendo e lembrou que não são apenas os berlinenses que lutam pela água mas os cidadãos do mundo inteiro .

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