quarta-feira, 27 de julho de 2011

População do Cartaxo vence primeira batalha pela revisão do tarifário da água


Durante o mês de Agosto, o executivo da Câmara Municipal do Cartaxo e a administração da Cartágua vão delinear um novo tarifário para o serviço de abastecimento de água e saneamento no concelho.
O novo modelo será proposto para aprovação em reunião de Câmara e Assembleia Municipal no início de Setembro.
Foi este o resultado da Assembleia Municipal extraordinária de terça-feira, 26 de Julho, convocada a partir de uma petição popular que reuniu, em poucos dias, mais de 3 mil assinaturas de munícipes descontentes com os aumentos aplicados no passado mês de Junho pela empresa concessionária.
Foi uma tarde particularmente quente no Cartaxo.
Inicialmente marcada para as 17 horas na sala de reuniões dos Paços do Concelho, a sessão acabou por realizar-se duas horas mais tarde, no Centro Cultural.
Na Câmara, os muitos munícipes que não tinham lugar dentro da sala protestaram ruidosamente, impediram o início dos trabalhos e exigiram a mudança para um local maior.
A solução de recurso foi o Centro Cultural, por onde passaram mais de 300 populares, número nunca antes registado em reuniões deste órgão.
Todos os eleitos do PS – o presidente Paulo Caldas, os vereadores no executivo e os membros da Assembleia – sentiram na pele e de viva voz o descontentamento e a revolta dos cartaxeiros.
Entre interrupções, insultos, impropérios e muita barafunda entre o público, os responsáveis pela gestão do município foram responsabilizados pelos aumentos das tarifas e vaiados por não terem acautelado a defesa dos consumidores no acesso a um bem essencial como a água.
Embora em menor escala, os dois administradores da Cartágua presentes na sessão também não escaparam às críticas contundentes que vários populares fizeram durante as suas intervenções.
Paulo Caldas, muitas vezes assobiado e interrompido enquanto falava, assumiu logo desde início que “os problemas levantados têm razão de ser e estão a ser analisados com a Cartágua no sentido de haja uma efectiva melhoria do serviço”, nomeadamente a nível da facturação detalhada e da informação prestada aos munícipes.
Concordou ainda que há tarifas cobradas ao comércio e indústria que precisam de ser revistas, mas as suas explicações pouco apaziguaram os ânimos, até porque se recusou a falar dos investimentos em ETAR’s e infra-estruturas que já deviam estar a ser concretizados, e não estão.
A nível político, os eleitos dos partidos da oposição apontaram o dedo aos membros do PS na Assembleia Municipal e aos presidentes de Junta, que aprovaram a revisão do contrato de concessão nove meses depois do primeiro tarifário ter entrado em vigor.
Vêr o video da revolta da população do Cartaxo, que foi à assembleia municipal e tais foram os protestos que conseguiu obrigar a câmara municipal a admitir rever os tarifários da água.

Fonte: O Ribatejo

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